terça-feira, 28 de abril de 2009

Vamos falar de amor...calados?

O tempo passa e o coração permanece parado... Estático na sua timidez de amar... Ávido por uma batida mais intensa por um fôlego apressado... Por um toque na pele sentido na boca. O amor não pensa... O amor entrega e rouba tudo o que é racional... Prende-te os sorrisos com teias de mel... Amarra-te os sentidos com abraços sem folga... Bebe-te o olhar com dois copos de vinho branco bem servidos. Devora-te o peito e tu lambes os restos que amores antigos deixaram ansioso pelo gosto de uma nova sobremesa. Como mostramos o que sentimos ao amar? Como se pinta o tecto com beijos multicolores usando o vermelho como fundo na tela? Como se respira devagar quando os pulmões fazem redemoinhos com ar na boca? O amor não pensa... Fecha os olhos à noite e a tua imagem vem-lhe à cabeça como um sonho bom que cortas em pedaços para saborear com sumo de limão. Amas demais... Esqueces tudo à tua volta e só vês um corpo esculpido nas sombras... Todos os rostos são monótonos se não são aquele rosto que idealizaste em ti. Todos os beijos são iguais... Sabem a pouco Se os teus lábios não estão despidos de beijos passados. Então amas com cuidado... És frágil nas entregas, porque o teu coração dos portões de ferro fez portas de cristal. Amas com o coração Mas amar... fode-te sempre a cabeça Daniela Pereira in Afectos Obsessivos,Edições Ecopy 2007